sábado, 26 de setembro de 2009

Mosaico vai ao ar com cara nova

O Mosaico é um programa produzido pela Produtora de Multimeios da UFJF. Conta a história os bairros e das ruas de Juiz de Fora, através de depoimentos de moradores e arquivos (fotos, vídeos e etc). Vai ao ar toda segunda-feira às 21hs 30min e reprisa no sábado às 18hs 30min.

Depois de algum tempo de planejamento, o Mosaico ganha uma nova identidade visual. Agora bem mais leve e agradável, o novo design do programa é a grande novidade para atrair mais patrocinadores e expectadores. As artes gráficas e a abertura anteriores eram muito limitadas e amadorísticas. Agora o programa deixa de ter uma cara de trabalho de faculdade para ter um toque profissional.

Desde quando eu finalizei o programa Identidade, outro projeto da Produtora de Multimeios da UFJF, queria propor uma nova abertura para o Mosaico. Porém, depois daquela época, as coisas ficaram muito complicadas. Trabalhei editando nas eleições municipais de Juiz de Fora e tive que fazer minha monografia. Agora, mesmo depois de receber o diploma, deixei essa contribuição para minha faculdade e meus colegas de curso. Além do mais, acho um ótimo negócio ter meu trabalho exibido para uma cidade de mais de 500 mil habitantes, além dos 850 mil do restante da Zona da Mata Mineira, isso logo após a formatura. Mas também foi um excelente negócio para a Produtora de Multimeios e para a Faculdade de Comunicação Social da UFJF, pois o Mosaico ganha força.

Depois de uma produção que envolveu um ensaio de 731 fotos da cidade, modelagem no 3ds Max e finalização no After Effects, além de um retrabalho, ficarei orgulhoso quando chegar segunda feira e ligar a TV às 21h 30 min na TVE Juiz de Fora canal 12, antes de assistir o CQC na Band. Sempre é bom saber que seu trabalho foi reconhecido e que vai ser assistido por milhares de pessoas.

Nessa segunda (28/09/09) o Mosaico é sobre a Avenida Brasil, que, de tanta história interessante e de tão importante, teve que ser dividido em dois programas. A primeira parte nessa semana, a outra na pró- xima

Vamos ver agora a reação do público e do empresariado. Estou super otimista. Acho que está show. :)

Assista a nova abertura do Mosaico:

Abertura Programa Mosaico Juiz de Fora from dafgtr on Vimeo.


Confira o belo ensaio fotográfico que foi feito da cidade. Além de ser usado no Mosaico, tem ótimas fotos de Juiz de Fora para serem compartilhadas (use-as a vontade mencionando fotografia de Davi Ferreira):


O Mosaico vai ao ar toda a segunda às 21hs 30 min, reprise no sábado às 18hs 30 min. O próximo programa (28/09/09) vai ser sobre a Av. Brasil. Você também pode assistir aos programas que já foram ao ar clicando aqui.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O poder da verdade

*Texto escrito em 2007, revisado e publicado agora.

Até que ponto nós podemos saber se o que vemos na televi- são é verdade? Você acredita em tudo? Como podemos ter certeza? Essas são questões sutis que geralmente os tele- spectadores comuns não pres- tam muita atenção. O envol- vimento ficcional das pessoas pelas imagens é uma das cau- sas que podem explicar essa interessante sensação de verdade. A ficção mexe com os sonhos despertados pela identificação com personagens e situações. O desejo de reconhecimento e a sensação de que “o que esta sendo mostrando na TV é verdade”, ou que é o correto, ou que é o melhor; transforma a televisão numa fábrica de sonhos que condicionam for- mas comportamentais globais.

Tudo isso porque ela “diz a verdade”. As notícias, as campanhas políticas, os publicitários, dependem em grande parte dessa con- fiança. Se o público não acredita que seu produto é verdadeiramente bom ele não vende. Se a notícia é falsa, o noticiário perde sua credibilidade. Se não conseguir a confiança (ou a compra) do eleitor, o político não se elege. Mas, num mundo onde os meios de comu- nicação esbanjam velocidade em circular muita informação, as pes- soas, por vezes, perdem o referencial e esbarram na questão: em quem confiar? Ou: quem está dizendo a verdade?

A falta de um ponto de referencia fixo provoca uma profunda agonia no ser humano: a incerteza. Para sair da dúvida e de suas conseqüências buscamos a verdade. Às vezes podemos encontrá-la (sair da incerteza) na comunicação interpessoal, com amigos e/ou com as pessoas que vivemos. Quando pensamos que a encontramos, ela é valorizada mais que tudo. Acreditar que vamos encontrar a verdade gera esperança. Quando somos convencidos que algo é verdade ficamos submissos, obedecemos, aceitamos, concordamos, votamos, elegemos, compramos. Basta refletir a respeito para perceber o poder que a verdade tem sobre nós.

A esperança de encontra a verdade gera artifícios retóricos que ajudam a convencer. Estudos de comunicação, desde Aristóteles, nos mos- tram o quanto esse aspecto é explorado. Com ouvintes esperançosos de serem atendidas as suas expectativas, torna-se mais fácil condicionar-los a acreditar na verdade de quem fala, pois o interesse e a necessidade já estão condicionando suas mentes. A esperança de um povo sofrido é usada nas promessas políticas, a esperança de um dia poder comprar um fogão para a casa pode ser satisfeita com várias prestações, acreditar que o time do coração é o melhor (verdade ou não) faz valer apena comprar a camisa... Nós somos sutilmente con- dicionados.

Em meio às incertezas, as verdades da ficção acabam sendo va- lorizas. A necessidade de preencher as deficiências da existência humana se transforma em arte, numa eterna busca. As verdades da ficção podem ser vistas nas modas copiadas das novelas, nos ritos de uma tribo urbana, nas grandes produções... Podem ser vistas também na distorção de fatos de notícias importantes do nosso dia a dia para atender a interesses imersos. Assim, a ficção pode acabar cons- truindo verdades: algumas verdades que podem ser mentiras dis- farçadas.

Quem tem a verdade ao seu lado, tem a preferência do consumidor e, para simplificar (principalmente entre os políticos), poder. A retórica das verdades que mantém o poder é um elo de conflitos, acordos, armações e picaretagens de todo o tipo que possam ser usadas para manipulação das verdades que vão para o ar. As rádios nazistas, os jornais franceses do séc. XVII, a edição do debate entre Lula e Collor em 1989, as malas de dinheiro do mensalão, as armas químicas do Iraque, as CPI’s onde parlamentares julgam parlamentares com a- cordos por trás... Exemplos não faltam para mostrar a construção de verdades.

Com essas questões em mente, devemos prestar bastante atenção nas sutilezas ao tomar uma decisão a partir do que vem pela mídia. Isso também vale para as decisões como as de compra, mas, o mais importante, é ter isso em mente na hora de votar. Essa decisão, e as verdades “verdadeiras” que a envolvem, reflete diretamente em seu salário, sua segurança, sua moradia, enfim, na sua qualidade de vida. Por isso cobre o que foi prometido nas eleições, cobre as verdades prometidas. Se essa verdade for uma mentira disfarçada, indigne-se. Não deixe que a realidade torne a busca dos significados uma verdade irrelevante. As pessoas têm que ter consciência de que, por trás do que a mídia fala, existem conflitos de interesses. A verdade tem o poder de decidir os vencedores.